Explorando a Fé e a Reverência na Missa à Luz da Teologia Católica.


Gustavo de Paula
São Paulo, Terça-feira, 13 de Agosto de 2024
Editado em: Domingo, 25 de Agosto de 2024

Multiplicação dos pães

De alguns meses para cá, tem acontecido um fenômeno bem interessante: eu estou explorando algum assunto, talvez discutindo algum tema teológico ou da vida durante a semana, e sou surpreendido durante a Santa Missa quando as leituras e a homilia do padre tocam bem no assunto que foi tópico de inacabáveis conversas e pensamentos durante a semana. Coincidência ou providência? Um dia Ele me conta.

Fato é que isso repetiu-se na semana retrasada (demorei para terminar esse artigo). Tudo começou quando assisti a um vídeo que reagia a uma fala de um teólogo Católico sobre a passagem onde Jesus alimenta a multidão de milhares de pessoas. Nesse vídeo, ele argumenta que não houve multiplicação dos pães!

A Teologia da Libertação

Esse teólogo é adepto da Teologia da Libertação (TL). A Teologia da Libertação é uma tentativa de síntese da teologia cristã com análise socioeconômica marxista. Só que, como água e óleo, cristianismo e marxismo são insolúveis. O marxismo é uma ideologia completamente materialista, anti-religião e que vê instituições como a Igreja e a família como opressoras e que devem ser abolidas. Já o cristianismo é uma religião que enfatiza a primazia do espiritual sobre o material e vê a Igreja e a família como as bases da sociedade.

Como são irreconciliáveis, a TL cria uma verdadeira melancia. Do lado de fora, verde, mantém o discurso cristão de preocupação para com os pobres e suas necessidades, que se torna uma fachada atrativa, mas ilusória, para muitos. Mas do lado de dentro, só há o interior vermelho marxista, assolado pela ideologia materialista e negação das realidades sobrenaturais.

Não é de se ficar surpreso, portanto, que a Teologia da Libertação foi amplamente condenada pelo magistério da Igreja e os Papas. Poderíamos aqui continuar a expandir nos erros da Teologia da Libertação, mas cabe dizer que ela, através de análise marxista (materialista, fundamentalmente), consiste numa exploração ideológica da Santa Igreja e do povo de Deus.

Com esse prefácio, que explica muito de como esse e outros frades e teólogos adeptos da TL pensam e fazem suas análises, ele faz as seguintes falas no vídeo:

“Mas como muitas Bíblias […] sempre traziam esse episódio como multiplicação dos pães e dos peixes, ficou essa ideia de que ‘eu não posso resolver a fome do mundo porque eu não sou Jesus, não tenho o dom de Deus de multiplicar’.

Como se Jesus tivesse pego 5 pães e 2 peixes, colocado um lenço por cima, atenção, abracadabra, né, desse lado uma padaria, desse lado uma peixaria, façam fila e venham comer.

Isso é mágica! Não é milagre! O que aconteceu é que Jesus realmente realizou um milagre, e onde o poder de Deus atua para fazer milagre? No coração humano! Naquele dia, ele levou as pessoas a partilharem seus bens.

Diz o Evangelho de Marcos que havia ali 5 mil pessoas. Se você reúne 5 mil pessoas numa praça, qualquer praça de uma cidade brasileira hoje, o que acontece em volta? Aparece filé miau, cachorro-quente, sorvete, bala, pipoca, enfim, aparecem os vendedores ambulantes.

Qualquer lugar que se aglomera uma multidão, os vendedores ambulantes afluem. Ora, ali naquela época, não havia carrinho para transportar, havia cestos. Então é comprovado hoje que as pessoas levaram os cestos com pães e peixes, que eram os alimentos mais frequentes na época, certamente para vendê-los, e Jesus realizou o milagre, convenceu aquelas pessoas de que, se os bens fossem partilhados, todos ficariam saciados e ainda sobrariam.

Tanto que o Evangelho de Marcos registra que ainda sobraram 12 cestos vazios que ficaram cheios de restos de pães. Ora, se sobraram doze, é porque havia muitos mais cestos lá. Isso é lógico. Ninguém ia carregar cesto vazio pela estrada fora. Então aqueles cestos tinham mercadorias, que eram esses bens comestíveis.”

[…]

Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu, principalmente aquelas que mais precisarem da Vossa infinita misericórdia.

[…]

A base de seu pensamento

Antes mesmo de avaliar se o que aconteceu foi um milagre sobrenatural ou um “milagre” natural, é preciso rever uma das afirmações que forma a base de seu pensamento: seria possível Deus operar uma multiplicação dos pães?

Sua fala parece responder essa pergunta com um enfático não. Ele limita o poder da atuação do milagre de Deus para dentro do coração das pessoas, e afirma que a multiplicação dos pães, um fato que fugiria de explicações naturais, seria “mágica”.

Se esse teólogo realmente acredita nessa limitação, isso faz com que o deus adorado por ele não é Deus. Sua fé não seria a fé católica, pois ele não poderia dizer nem a primeira frase do Credo dos Apóstolos (“Creio em Deus Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra”), pois ela já nos revela verdades negadas nesse pensamento! Deus é onipotente (todo-poderoso) e Ele criou todo o universo e a realidade material. Tudo que existe, existe n’Ele, e, portanto, sendo onipotente, poderia sim ter multiplicado os pães e peixes.

Além de negar a onipotência de Deus, na mesma entrevista, esse mesmo teólogo também nega explicitamente o dogma da virgindade perpétua de Nossa Senhora, Mãe de Deus:

“Os Evangelhos citam os irmãos e irmãs de Jesus. Os irmãos, inclusive, com os nomes deles, né? As irmãs, não; apenas há uma referência de que Jesus tinha irmãs.

Isso ficou diferente na tradição católica em relação à tradição protestante. A tradição protestante admite que Maria teve vários filhos além de Jesus, e a tradição católica diz que não, que Maria era virgem, né? Que foi concebida pelo Espírito Santo, permaneceu virgem e morreu virgem.

Bem, eu, pessoalmente — e deixo isso claro nessa tetralogia — acredito que virgindade não é uma questão fisiológica; é uma questão de espírito, de alma. Ou seja, Maria foi uma mulher sem pecado; nesse sentido, foi virgem. Mas também acredito que Jesus teve irmãos e irmãs.”

Tanto a onipotência de Deus, o Credo Apostólico, e a virgindade perpétua de Nossa Senhora são dogmas de fé, “verdades que se deve crer”, e, portanto, a negação pertinaz (a recusa consciente, implicitamente no caso da onipotência e mais do que explícita no caso da virgindade pépetua) pode constituir heresia, assim como definido pelo Magistério da Igreja no Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2089:

A heresia é a negação pertinaz, depois de recebido o batismo, de alguma verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou ainda a dúvida pertinaz acerca da mesma.

A interpretação do pensamento faz sentido?

Seis passagens contam a história de Jesus alimentando a multidão com pães e peixes:

  1. São Mateus 14:15-21
  2. São Mateus 15:32-39
  3. São Marcos 6:35-44
  4. São Marcos 8:1-9
  5. São Lucas 9:12-17
  6. São João 6:1-15

A Santa Missa daquele domingo era da 17ª semana do tempo comum do ciclo litúrgico B, portanto foi lida a passagem do Evangelho de São João:

“Naquele tempo, Jesus foi para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele operava a favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se aí, com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.

Levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: ‘Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?’

Disse isso para pô-lo à prova, pois ele mesmo sabia muito bem o que ia fazer. Filipe respondeu: ‘Nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um.’

Um dos discípulos, André, o irmão de Simão Pedro, disse: ‘Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tanta gente?’

Jesus disse: ‘Fazei sentar as pessoas’. Havia muita relva naquele lugar, e lá se sentaram, aproximadamente, cinco mil homens.

Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.

Quando todos ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: ‘Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca!’

Recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães, deixadas pelos que haviam comido. Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: ‘Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo.’ Mas, quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte.”

Glória a vós, Senhor.

Textualmente, o milagre é claro, não havia pão suficiente para todos, houve um milagre operado em cima dos pães, e foi suficiente para todos. No recolhimento, os discípulos enchem os cestos com as sobras dos cinco pães, não de outros pães que apareceram por ali. As outras passagens, como a de São Marcos, também deixam isso claro.

Em São Marcos 6:35-44, o evangelista escreve que “repartiu entre todos os dois peixes e também “haviam comido daqueles pães”. Além disso, a proposta de que haveria vendedores ou “ambulantes” se torna mais esdrúxula quando consideramos que “Este lugar é deserto” e que os discípulos pedem que Jesus despeça a multidão para que eles possam ir aos sítios e aldeias comprar alimentos. Se houvesse alimentos prontos ali para serem vendidos, não haveria necessidade de irem longe para comprar alimentos.

Sabe, porém, o que falta nessas passagens? Um sermão sobre partilha. Se as pessoas estavam carregando pães e escondendo-os, pois não queriam compartilhar, onde Jesus ensina-os a compartilhar? Nessas passagens, Jesus sequer faz algum sermão ou dirige-se à multidão de forma alguma.

O milagre dos pães é o único milagre que aparece em todos os quatro Evangelhos, e em nenhum deles há qualquer pista sobre Jesus fazendo esse ensinamento. É razoável supor que, se a lição primária fosse que Jesus incentivou as pessoas na multidão a compartilharem os pães, nós teríamos, no mínimo, a mínima evidência de Jesus dirigindo-se às multidões com essa intenção. Não são fatos mencionados e nem inferidos de qualquer forma.

Não há problema nenhum em extrair lições ou reflexões que vão além do simples alimentar pessoas, mas isso não pode vir às custas da realidade literal que aconteceu, que as Sagradas Escrituras nos contam.

Para além da multiplicação

Estabelecida a verdade de que houve um milagre (sobrenatural) e de que Jesus alimentou aquelas multidões de milhares de pessoas com poucos pães e peixes, não há nada errado em se referir ao milagre como “o milagre da partilha”, se houver reta intenção. Multiplicação acaba perdendo uma sutileza importante da história: Jesus não transformou os cinco pães em milhares de pães e deu a cada pessoa um ou mais pães, como talvez pode se imaginar quando falamos de “multiplicação”.

Ao invés disso, Jesus foi partilhando e partilhando e nunca acabavam aqueles pães. Uma demonstração clara da providência divina! Com confiança total em Deus Pai, aqueles poucos pães apresentados, por meio da fé e da oração, foram suficientes para toda uma multidão.

Eu não consigo descrever essa realidade melhor do que como Papa Francisco fez em 2013:

“Diante daqueles cinco pães, Jesus pensa: eis a providência! Deste pouco, Deus pode encontrar o necessário para todos. Jesus confia totalmente no Pai celeste, sabe que a Ele tudo é possível.

Por isso, pede aos discípulos que mandem as pessoas sentar-se em grupos de cinquenta — e isto não é casual, porque significa que já não são uma multidão, mas tornam-se comunidades, alimentadas pelo pão de Deus.

Em seguida, toma aqueles pães e peixes, eleva os olhos ao céu, recita a bênção — é clara a referência à Eucaristia — e depois parte-os e começa a dá-los aos discípulos para que eles os distribuam… e os pães e os peixes já não acabam, não acabam!

Eis o milagre: mais do que uma multiplicação, trata-se de uma partilha, animada pela fé e pela oração. Todos comeram e sobejou: é o sinal de Jesus, pão de Deus para a humanidade.”

ANGELUS - Praça de São Pedro, Domingo, 2 de Junho de 2013

“Mais do que uma multiplicação”! Não se pode negar a realidade de que certamente aconteceu um milagre sobrenatural e uma multiplicação, mas o milagre vai além disso. Portanto, é perfeitamente aceitável descrever como milagre da partilha, desde que tenha reta intenção: intenção de elevar e glorificar a Deus e Suas obras no processo.

A homilia do padre naquele domingo

Naquele domingo, o padre fez uma homilia inspiradora sobre a necessidade de vivermos uma vida profundamente cristã. Se não vivermos o Evangelho de forma profunda, nós somos cristãos mentirosos. E parte integral do ser cristão é reconhecermos a necessidade de partilharmos: “Nós não precisamos do pão inteiro”, disse ele, muitas vezes.

Conectando também ao tema da providência divina, “na ânsia de guardar para o amanhã, não partilhamos o pão de hoje”, dizia ele. E que o milagre não aconteceria se o menino não tivesse doado o que ele tinha. Nós não precisamos do pão inteiro, só precisamos de um pedaço.

O bom cristão, que vive profundamente o Evangelho, faz obras de misericórdia. Infundidos pelo amor sobrenatural divino, ele ama o seu próximo, pois ele ama a Deus acima de tudo, e o próximo é amado por Deus e foi feito à Sua imagem e semelhança. O amar aqui não é um sentimento. A virtude do amor, a caridade, é desejar o bem ao próximo - e fazê-lo.

A passagem em São João possui a figura do menino que doa os pães e peixes, que passa um significado importante. O menino ali faz o seu ato de fé e caridade: entrega o pouco que tem a Deus. E a partir desse pouco, Deus concede a muitos o que precisam.

A homilia foi, no geral, muito boa. Os parágrafos acima foram as minhas anotações sobre ela, e reflexões próprias também.

Eu, porém, apesar de estar achando muito boa a homilia, tinha um pensamento na minha mente relacionado a algo sutil. Naquela semana, estava conversando com um padre, e quando comentei sobre vídeo do teólogo que inicia esse artigo, para minha grande surpresa, ele concordou! E disse que por isso prefere o termo “partilha” em vez de “multiplicação”.

E durante a Missa, o padre sempre se referia a essa passagem como a “partilha dos pães”, em vez do mais comum “multiplicação”. Agora, isso por si só não tem nenhum problema, como visto acima. Mas, na minha cabeça, ficava a dúvida sobre qual a intenção do padre usando aquele termo. Será que ele também é um padre que flerta com a Teologia da Libertação ou algo parecido?

Se ele era, não sei. Mas houve outra parte da homilia que foi… não tão boa. Eu não anotei as exatas palavras exatas dele, então não arriscarei reproduzi-las aqui.

O importante para meu ponto aqui é que, durante sua fala, ele estabeleceu uma contraposição entre o cristão que vai à Missa todo domingo, tem um superzelo contra pecados contra a castidade, e recebe comunhão à boca, com aqueles que fazem obras corporais.

Sim, aquele que trata seu cristianismo como algo puramente individualista e não gera frutos para sua relação com o próximo e não ama seu vizinho não vive o Evangelho de forma profunda. Mas não há contradição ou oposição entre as duas coisas.

A Santa Igreja não é mais uma “ONG”. A Santa Igreja é uma instituição divina e humana. Seu papel aqui na Terra é espalhar as boas notícias (evangelho) e estabelecer o Reino de Deus. Cristo e Sua Igreja chamam todos à santidade. E não há santo que não vá à Missa. Assim como não há santo que não partilhe o pão. Não há santo que não ore diariamente. Assim como não há santo que não acolha o próximo em estado de necessidade. E definitivamente não há santo que não se guarde do pecado.

Mais ainda, não há santo que não demonstre profunda reverência e adoração Eucarística.

Retornemos à mensagem inicial da homilia: é preciso viver o Evangelho com profundidade. Não sejamos cristãos mentirosos; é preciso fazer obras de misericórdia corporais e espirituais. Cultivar a fé pela oração e reverência e a caridade pela partilha, sempre movidos pela esperança. Sem “ou”s. Sem concessões.

Sendo muito caridoso, poderíamos assumir que a mensagem que o padre, naquele momento da homilia, queria passar era uma mensagem de anti-hipocrisia, o que é de suma importância. O ponto não é fazer um ataque pessoal ao padre, e sim uma crítica às ideias e comportamentos difundidos por muitos dentro de nossa Igreja que corroem a fé, diluem a vida espiritual e tornam mais difícil a passagem das almas pela porta estreita.

Quantas almas não foram desviadas do caminho por essa fé “morna” e, apesar de terem crescido na Igreja, batizados e crismados, hoje se consideram “não-praticantes”, não vão à Missa e acreditam que o importante é só ser uma “boa pessoa”? Seja lá o que “boa pessoa”, em suas concepções infectadas pelo relativismo moral, signifique. E, no final, não fazem as obras espirituais, nem as corporais.

Além da homilia

Depois da homilia, na liturgia Eucarística, aconteceram algumas irreverências Eucarísticas, por assim dizer. Primeiro, após a consagração, o padre começou a mover espécies consagradas entre cibórios com tanto descuido que, repetidas vezes, derrubou o Corpo de Cristo no altar.

Depois, indo contra o que diz a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), ele administrou a comunhão sob as duas espécies (quando a hóstia consagrada é “molhada” no vinho consagrado) na mão para os coroinhas e ministros da Eucaristia. O que diz o IGMR, parágrafo 287:

“Se a Comunhão do Corpo e do Sangue do Senhor é feita por intinção, o comungante, segurando a patena sob a boca, se aproxima do sacerdote, que tem o cibório com as hóstias e ao lado um ministro segurando o cálice. O sacerdote pega a hóstia, intinge-a parcialmente no cálice e, mostrando-a, diz: ‘O Corpo e o Sangue de Cristo’. O comungante responde: ‘Amém’, recebe o Sacramento na boca do sacerdote e então se afasta.”

Não só por respeito e reverência existe essa regra, mas também por razões pragmáticas, para evitar derramamento e prevenção de profanação, já que qualquer parte da Eucaristia é sagrada. Depois que essas coisas acontecem, é difícil não traçar uma conexão com a crítica à comunhão na boca feita na homilia.

Simplesmente não entendo a irreverência Eucarística. Se você realmente acredita no milagre Eucarístico - que, após a consagração, é Nosso Senhor realmente e substancialmente (Corpo, Sangue, Alma, e Divindade) presente ali sob os acidentes do pão e vinho, por que não demonstrar reverência a Ele? Por que ter aversão àqueles que recebem a comunhão de joelhos e na boca?

Você não está disposto a ajoelhar-se na frente de Nosso Senhor? O que isso vai fazer com sua fé se você insiste em receber a Eucaristia nas suas próprias condições? Nosso Senhor é indivisível e está presente em cada farelo, cada partícula ali presente. Por que você vai arriscar profanar o Corpo de Nosso Senhor?

Humanos são feitos de corpo e alma

Humanos são feitos de corpo e alma, e estão intimamente ligados e conectados em um forte ciclo de retroalimentação. O corpo vai se comportar de acordo com o estado da alma. Uma alma em estado de graça faz com que o corpo demonstre reverência e seja capaz de fazer boas obras. E o corpo demonstrar reverência, seriedade e atenção ao sagrado fortalece a fé e a caridade na alma.

As virtudes teologais - fé, esperança e caridade - são ao mesmo tempo dons de Deus e músculos a serem exercitados. Elas estão intimamente ligadas entre si e uma não existe sem a outra. E todas elas são necessárias para construirmos boas e meritórias obras.

A fé nos capacita a ver Cristo nas pessoas que encontramos. A esperança nos inspira a ajudar os outros, e quando ajudamos ao próximo, nós nos tornamos um vislumbre de esperança para o próximo. E a caridade, o amor, nos une diretamente a Deus e aos nossos irmãos, e é o fundamento das obras de misericórdia. Toda obra de misericórdia é uma manifestação do amor cristão.

Portanto, sejamos santos. Cultivemos a magnanimidade em nossas almas de sermos perfeitos como nosso Pai é perfeito (São Mateus 5:48). Também cultivemos a fé, esperança e caridade em nós, para que possamos ser imitações de Cristo no mundo, fazendo grandes obras e dando graças ao Senhor, nosso Deus. Afinal, é nosso dever e salvação.