19/11/2024 - Lucas 19:1-28
“a todo aquele que tiver, se lhe dará; ams ao que não tem será tirado ainda mesmo o que tem”
A Providência nunca falha mesmo. Estava ontem conversando sobre uma apatia que venho desenvolvendo no que diz respeito ao esforço de converter outras pessoas. Um cansaço desenvolvido ao perceber como o mundo é ativamente hostil ao Evangelho.
Mesmo entre àqueles que se auto-denominam cristãos a situação não é muito diferente. Dentre estes, há três grandes problemas que vejo rotineiramente. O primeiro é a heresia do indiferentismo: diluem a religião e o cristianismo como apenas mais uma forma, dentre várias outras, de ser uma boa pessoa. O segundo é a negação da cruz: cometem o mesmo erro de São Pedro em São Mateus 16:23, onde São Pedro nega a necessidade de Jesus passar por tamanho sofrimento. Querem uma religião sem cruz! O terceiro problema é o modernismo: negam a divindade da Igreja e acreditam que a Igreja que tem que se adequar ao século, se modernizar; Como se Deus fosse imperfeito, e tivesse nos dado uma moral relativa que precisa “melhorar” ao longo do tempo.
Ao ser confrontado com essa realidade, é fácil se desanimar com os prospectos da evangelização e retrair-se para uma posição auto-centrada de que o que importa é a salvação pessoal.
A parábola do Rei e dos três servos (11-27) é uma refutação dura e adequada para esses tortos e mesquinhos pensamentos. Em reflexões anteriores, conversei muito sobre a importância de usar as vantagens materiais para fazer boas obras. Mas essa passagem nos lembra de uma coisa: O dom mais importante que temos é a Fé, a virtude teologal mais importante. Logo depois, as outras duas virtudes teologais: a esperança e a caridade.
E Deus, aquele que dá e infunde essas virtudes nos cobrará pelo que fizemos com essas virtudes, assim como faz o rei com seus servos. O recado é claro: o servo mau pega o que foi dado para ele e embrulha-o em um lenço; os servos bons multiplicam os marcos que foram dados a eles. E o que é feito com o servo mau, por causa de sua apática ociosidade? Perde tudo aquilo que tem.
Santo Agostinho diz (trechos extraídos da Catena Áurea):
Os servidores enaltecidos por terem feito frutificar o quanto lhes fora confiado simbolizam os fiéis, no futuro, a dar conta do bom emprego que fizeram dos talentos que lhes haviam sido confiados, ao multiplicarem as riquezas do Senhor, isto é, o número que n’Ele crêem. Aqueles, ao contrário, incapazes de prestar contas são figurados aqui pelo servidor que preferiu guardar o marco embrulhado num lenço. Senhor, eis teu marco que guardei embrulhado num lenço. Há, em verdade, quem caia no erro culpável de pensar que a cada um basta dar conta de si mesmo. De que serve, dizem estes, pregar aos homens e trabalhar pela sua salvação e ter de assumir diante de Deus a responsabilidade dos outros?
São Beda:
Quem, com efeito, recebe da boca dos pregadores do Evangelho, com fé, a pecúnia da Palavra de Deus, deve pagar com juros a dívida contraída — seja com boas obras, seja buscando, a partir do que lhe foi ensinado, compreender o que permaneceu não explicado.
Santo Agostinho:
Podemos perder os dons divinos se os possuímos sem os possuir de fato, ou seja, se dar-lhes boa aplicação. Quando, ao contrário, possuímo-los verdadeiramente, isto é, empregando-os devidamente, frutificam.
Teofilacto:
mas ao que não tem, será tirado ainda mesmo o que tem […] Essa verdade não se aplica só à pregação e ao ensino, mas à prática das virtudes morais. Por estas, com efeito, o Senhor nos recompensa com suas graças, dando a este a graça de jejuar, àquele a da oração, a um terceiro a da mansidão e humildade. Se nos esforçamos para delas obter lucro, lograremos a multiplicá-las; se, porém, lhe ficarmos indiferentes, havemos de perdê-las para sempre.
Ouch. Como sempre, Nosso Senhor traz as palavras de vida eterna. Palavras duras, mas para onde iremos? E também, como sempre, nossos grandes santos são nossos guias que iluminam o caminho até Ele.
O trecho de Teofilacto toca em outra ferida importante. As virtudes morais são presentes e músculos a serem exercitados. De modo que, aquele que carrega pecados não arrependidos e não faz uma conversão de vida e de sua vontade, corre sério risco de perder também sua fé.
Esse tempo de oração foi um grande “wake-up call” sobre essa ociosidade apática que estava crescendo em mim, e substituindo a generosidade combativa necessária para salvar as almas e pagar os juros dessa impagável dívida que tenho. Além disso, fortalece o ódio ao pecado necessário para trilhar esse caminho.
E apenas pior do que não dar frutos com os dons recebidos é usá-los para roubar os de terceiros, levando à perdição de suas almas. Ai daqueles pastores que conduzem suas ovelhas ao precipício através das heresias, do indiferentismo, do modernismo e da negação da cruz, ultimamente. Estes serão levados até o Rei, e degolados em Sua presença.
9/11/2024 - Lucas 18:31-43
“Senhor, que eu veja”
“Senhor, que eu veja” disse o cego de Jericó quando Jesus pergunta o que ele deseja. É um pedido carregado de forte sentido anagógico: esse deve ser o nosso maior pedido. Nós não podemos ver à luz sem a ajuda da Graça.
Outra lição a ser tirada é a da necessidade da vontade e da perseverança. O cego clama: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim” e quando o pedem para calar-se, ele faz o contrário, grita mais alto. O cego ainda não vê, mas deseja-o, e persevera em seu pedido. Se o cego não desejasse ver, Cristo não obrigaria-o a ver. Mesmo que sua cegueira fosse curada, o cego sempre teria a opção de permanecer com seus olhos fechados.
Deus deseja a salvação de todos, e assim como o cego de Jericó, ele irá ao socorro daqueles que sinceramente se abrem e perseveram no seu desejo de ver a luz, mesmo que seja um desejo imperfeito e defeituoso.
Assim como o cego faz sua profissão de fé, farei a minha recitando o Credo Niceno-Constatinoplano para levá-lo ao meu coração, pedindo a Deus que eu possa ver.
8/11/2024 - Lucas 18:1-30
“Orar sempre e não deixar de o fazer”
Nessa passagem, Cristo conta duas passagens relacionadas a oração: a do juiz e a viúva, e a do fariseu e o publicano. São duas parábolas que atentam a dois problemas comuns: orar pouco e orar mal.
Na primeira, Jesus diz que se até um juiz que não se importa com as pessoas e com Deus é capaz de entregar justiça para a viúva só para ela parar de importuná-lo, o quanto mais Nosso Pai não atenderá nossas orações?
Deveríamos pedir coisas pequenas a Deus? Eu digo que sim. Devemos pedir tudo a Deus. Tudo. É o que nos coloca em um melhor lugar espiritual de humildade, pois ao pedir tudo que precisamos estamos reconhecendo que não somos capazes de conquistar nada sem Ele. Ao mesmo tempo, é necessário ter perspectiva e senso de prioridade. Nenhum pedido é mais importante que nossa salvação e santificação.
Na segunda parábola, Jesus descreve a oração de um fariseu e de um publicano. A do fariseu é cheia de soberba, de auto-engrandecimento. A do publicano é humilde, pede misericórdia, e parece demonstrar um estado de fragilidade que ele está passando naquele momento.
Não são nos momentos mais frágeis que reconhecemos a nossa própria insuficiência? Nos momentos mais difíceis que fazemos as orações mais profundas, pois neles reconhecemos que precisamos de ajuda. Nessas orações nós lembramos que o amor dEle zela por nós. Continuando o tema de ontem, talvez é um dos melhores uso desses tempos difíceis, lembrar-nos que não somos nada sem Ele. Se Ele esquecesse de nós por um só instante, deixaríamos de existir.
E isso volta para a importância da humildade. A virtude da humildade, saber reconhecer o nosso lugar, nossas limitações e dependências, e reconhecer que nossas fortalezas são bençãos de Deus, permite-nos acessar essa oração mais profunda.
Rezarei a ladainha da humildade e procurarei o sacramento da confissão.
7/11/2024 - Lucas 17:20-37
“Nesse dia quem estiver no terraço e tiver os seus móveis em casa, não desça a tomá-los”
É uma passagem bem densa onde Nosso Senhor faz um discurso escatológico (das coisas finais) sobre a segunda vinda. É sempre importante que tenhamos claro que a religião nesta vida não é sobre viver confortavelmente e ter bens materiais, como pregado pela ”teologia da prosperidade”.
É importante lembrar disso, pois Ele nos diz que nós passaremos por tribulações e sofrimentos. E nesses momentos, é importante que nossa carne e o mundo iníquo em que estamos não seja motivo de queda para nós. Que nós não procuremos no pecado refúgio ou esperança. Que quando estivermos no caminho da santidade, não olhemos para trás como fez a mulher de Ló.
Então diz o Senhor, que quando Ele vier pela segunda vez, quem estiver no terraço (quem estiver alto na prática das virtudes) não desça para tomar os móveis (volte a cair e se preocupar com coisas terrestres).
E como acontece com Jó, nós nunca seremos capazes de compreender totalmente o porquê do nosso sofrimento. Então, que nesses momentos, voltemos ao Senhor. ”The Lord gave, and the Lord has taken away; Blessed be the name of the Lord” (Job 1:21)
Eu não gosto de sofrer, Senhor. É pesado, não sinto que aguento. E se eu mal aguento estes sofrimentos que não são nada, o que seria de mim se tivesse que passar pelo o que eu realmente mereço? Sou grato pela sua cruz, meu Senhor, pois Você carregou o meu peso por mim. Eu confio em Você, meu Deus. Usa toda essa tristeza, angústia e mal que se encontram instalados em mim para o meu bem, para minha santidade. Ajuda-me! Eu não consigo sozinho carregar a minha cruz. Peço que afaste tudo isto de mim, mas faça-se a Sua vontade e não a minha.
6/11/2024 - Lucas 17:1-19
“Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe. E se pecar sete vezes no dia contra ti, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: ’Estou arrependido’: perdoa-lhe sempre”
O que é perdoar? Honestamente, difícil dizer.
É agir como aquilo não tivesse acontecido? Parece-me que sim, pois não é assim que acontece no sacramento da confissão? Nossos pecados são perdoados e somos recebidos plenamente na graça Divina. Ao mesmo tempo parece-me que pode ser imprudente. Se alguém te causa um mal físico ou espiritual, repetidas vezes, seria errado se afastar? Ainda há, claro, o dever de perdoar, mas será que há a obrigação de agir como agiria se aquilo não tivesse acontecido?
Talvez é não guardar ressentimentos e mágoas? Parece-me uma boa resposta também. Mas também reconheço que esses são sentimentos. Sentimentos férteis para nutrir ódio e pensamentos de vingança, mas é possível conceber que uma pessoa sinta sem consentir com esses sentimentos.
Não se vingar, isto é, não desejar e fazer o mal para aquela pessoa? Isso com certeza, mas será que é só isto?
Outra questão é a questão do arrependimento. Nosso Senhor parece colocar a contrição do pecado como condição do perdão, mas Ele pediu o perdão daqueles que o crucificaram, mesmo sem o arrependimento deles.
Ensina-me a perdoar, Senhor. E dá-me graças para conseguir fazê-lo.
5/11/2024 - Lucas 16:1-31
“Granjeai amigos com a riqueza da iniquidade”
Não há vida cristã sem esmola. Depois de tantas falas de Nosso Senhor sobre a importância da esmola, do desprendimento das riquezas terrestres e de ajudar o próximo é impossível negar esse fato.
“para que, quando vierdes a precisar, vos recebam nos tabernáculos eternos”
Ou seja, não só a esmola é necessária pois ela é a coisa certa a se fazer, ela nos engrandece da real riqueza que são os bens eternos. A esmola é caminho de santificação. E Nosso Senhor ainda adiciona que quem não é justo e fiel com as riquezas iníquas não será justo e fiel com as riquezas verdadeiras. Em outras palavras, se não fizermos boas obras com os bens terrestres que temos, não teremos frutos espirituais. Se não somos capazes de construir boas obras com as pequenas riquezas, porque deveríamos ser confiados com as riquezas mais importantes?
Vou repensar minhas obras de misericórdia. Acredito que tem muito potencial bloqueado por inação. Também penso de fazer o propósito de ano que vem realizar todas as obras de misericórdia corporais e espirituais pelo menos uma vez cada uma. Algumas são mais complicadas como enterrar os mortos e visitar os presos. As outras são mais tranquilas e várias já são hábitos.
4/11/2024 - Lucas 15:11-32
“Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu.”
O irmão mais velho fica indignado com a celebração do pai ao ver o filho mais novo retornar para casa. A indignação dele é porque “há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos”.
Deus e sua Santa Igreja declaram algo pecado pois reconhecem naquilo algo destrutivo e que torna a pessoa infeliz. Então, não é aquele ato ser pecado que o torna ruim, é o contrário, é aquilo ser ruim que o torna pecado. E não quer dizer que a pessoa vai ser infeliz cometendo o pecado, a maioria dos pecados dão prazer no momento que são cometidos.
Um pai proíbe o filho de usar drogas, pois ele ama o filho, e vê naquele ato algo destrutivo e que irá causar infelicidade no filho, mesmo que, no momento em que o filho se drogar, o filho se sentirá feliz. E se o filho usar drogas, ele estará cometendo dois erros: o da auto-destruição intrínseca do erro dele e também a desobediência.
Então, o filho mais velho na parábola representa aqueles fiéis que vêem nos mandamentos não um olhar amoroso de um pai que se importa com os filhos, mas leis tirânicas que todo mundo precisa seguir, e sofrer para seguir.
E essa segunda visão é um terreno fértil para julgamento dos outros, que é o que o filho mais velho faz. Se a lei é vista como pesadas obrigações sem um sentido positivo, é fácil se vitimizar achando que aquela situação é injusta pois o outro não carrega o mesmo peso.
O Senhor nos convida para um olhar amoroso sobre os mandamentos. Tudo que é meu é teu. Mesmo que custe caro a abdicação de vícios mundanos, e seja difícil reconhecer o valor das virtudes, temos a garantia da maior recompensa de todas que é o Reino de Deus.
O Senhor também nos convida para um olhar misericordioso sobre os nossos irmãos. Principalmente aqueles que vivem em vida de pecados mortais, pois estão em um caminho de infelicidade e de auto-mutilação. Nosso olhar deve ser piedoso acima de tudo. Difícil, pois nossa propensão é muito rápida para o julgamento e reclamação, principalmente quando alguém peca contra nós.
A aplicação aqui é tentar se resguardar de julgamentos, principalmente públicos, mas também privados com poucas pessoas e dentro do coração. Rezarei por pessoas que me irritaram ou cometeram transgressões contra mim em minha oração antes de dormir.
31/10/2024 - Lucas 15:1-32
“Pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho”
Que excelente catequese sobre o pecado e o sacramento da reconciliação. É de uma genialidade absurda conseguir expressar tantos pontos importantes dentro de uma pequena história.
É muito fácil ver as consequências das ações do filho mais novo e pensar que o erro dele foi ter desperdiçado a herança dele. É uma clara falta de prudência não saber administrar a herança para viver bem. Mas o pecado vem antes. O grande pecado é na quebra da relação filial. Quando o filho pede a herança do pai vivo, ele quer remover toda a dependência que tem do pai. E implicitamente, esse pedido enquanto o pai está vivo é um desejo de morte ao pai.
E em traços simples, não é essa a definição mais pura do que é o pecado? É uma rejeição de Nosso Pai. Performaticamente, quando pecamos, estamos rejeitando a Deus assim como o filho mais novo rejeita seu pai. Ele diz “dá-me a parte da herança que me toca”; Nós dizemos “dá-me o poder de decidir o que é o bem e o que é o mal”. Quando escrito assim, fica evidenciado a arrogância do pecado. E como o pai da parábola, Deus não nos força a amá-lo; pois não é amor se é forçado. Portanto, Ele permite a nossa rejeição e fuga.
E então, quando chega a conta da auto-exclusão, da rejeição do amor, fica fácil perceber o erro. Mas nem sempre. Algumas pessoas passam vidas inteiras sofrendo com os efeitos do pecado, mas sua indisposição não as permite provar e ver a verdade.
A parábola evidencia que não é ruim, porém, a contrição imperfeita, onde nos arrependemos não por puro e sincero amor, mas por medo de punição ou procura de recompensas. O simples e sincero arrependimento e vontade de fazer diferente já é suficiente para que Deus venha com sua infinita misericórdia até nós.
Essa parábola evidencia outro fato: os mandamentos de Deus não são regras arbitrárias de um tirano. É um manual de instruções para o nosso bem. Isso se encaixa tão bem com o conselho de duas confissões recentes que tive.
Em uma delas, parte da penitência é odiar o pecado. Tarefa mais difícil do que se parece. Mas impossível se não se entende o que de fato é o pecado. E para odiar o pecado não basta odiar as consequências do pecado. É preciso meditar no coração a essência do pecado para que assimilemos que o pecado é pior do que ofender uma pessoa que nós amamos, pois é uma rejeição daquilo que devia ser objeto maior de nosso amor.
Na outra, o padre falou sobre entender o valor das virtudes. É preciso assimilar muito bem o valor que a virtude traz para a nossa vida, e como elas são lindas e precisam ser cativadas. E na outra face, trazer para o coração como o vício e o pecado geram destruição e nos tornam escravos das nossas fraquezas.
Castidade, paciência, fé, esperança, caridade, temperança, prudência, e todas as outras virtudes são boas e precisam ser reconhecidas no coração como tal. Não podemos ter vícios e pecados de estimação.
Vou agradecer a Deus pelo sacramento da confissão e por sua infinita misericórdia. Vou meditar sobre o pecado, o vício e as virtudes.
30/10/2024 - Lucas 14:1-35
”Porque eu vos digo que nenhum daqueles que foram convidados provará minha ceia”
Na parábola do banquete, cada convidado rejeita o convite por razões mundanas: a compra de um terreno, compra e experimento de juntas de boi, e um casamento. Nenhuma dessas coisas são ruins, mas se tornam ocasião de queda para esses convidados. O convite de Cristo não é só um mero reconhecimento intelectual, mas um convite de pôr Deus no lugar de absoluto. E estando Deus nesse lugar, nada mais pode tomar maior prioridade. E feliz será aquele que aceita o convite: “Bem aventurado o que participar do banquete no Reino de Deus”.
É difícil sermos tentados por coisas que são ruins. O inimigo tipicamente usa coisas que são boas, coisas que dão felicidade, e que não há nada de errado com elas em si próprias. Mas o erro é o desejo desordenado por estas coisas. E a desordem vem de não submeter as coisas boas ao fim último de nossa existência que é Deus.
Ó Senhor, eu me machuco e Te desobedeço quando tenho minhas prioridades fora de lugar. Tenha misericórdia de mim, pois sem Você eu não consigo.
“Porque qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e ver se tem com que a acabar?”
A jornada espiritual é o edificar de uma torre. A vida interior, devota, é o planejamento que nos permite entender o que precisamos fazer. Sem uma vida interior forte, seremos pegos de surpresa pelas tentações e dificuldades que encontramos pelo caminho.
Peço Deus que sua palavra seja alimento espiritual para minha vida devota.
“Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia tudo o que possui não pode ser meu discípulo”
Esse comentário de São Beda ilumina tanto como o cristão deve se comportar frente aos bens materiais: “Há uma diferença entre renunciar a todas as coisas e abandonar todas as coisas: Abandonar todas as coisas, isto é, deixar para trás os cuidados com o mundo, pertence aos poucos que atingiram a perfeição; Já renunciar a todas as coisas, isto é, deter posse das coisas do mundo sem ser por elas detido no mundo, isto é dever de todos os fiéis.”
Novamente, é pela vida devota que vamos exercitar esse músculo do desapego para com as coisas finitas. Talvez uma boa ideia seja fazer uma obra de misericórdia junto com uma prática interior de mortificação.
Dai-me, Cristo, a sabedoria de ser o senhor de minhas posses e não o contrário. Livrai-me, Jesus, de todo apego ao pecado.
“O que tem ouvidos para ouvir, ouça”
Por fim, devemos pôr em prática tudo o que nós aprendemos, mesmo que o que tenhamos aprendido seja limitado pela nossa sabedoria. Nós seremos julgados pela nossa disposição de querer aprender e aptidão de pôr em prática o que fomos capazes de entender.
- Aceite o convite de Cristo pondo suas prioridades em ordem;
- Cultive uma vida interior devota, que será sua bússola em suas ações;
- Renuncie a tudo; abandone aquilo que atente contra o seu fim;
- Aceite o convite de Cristo de aumentar sua sabedoria ouvindo o que Ele tem a dizer;
- Ponha em prática aquilo que aprendeu;
25/10/2024 - Lucas 13:1-35
“Eis que três anos há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno? Mas o viticultor respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. Talvez depois disto dê frutos. Caso contrário, contá-la-ás.”
Na parábola do viticultor, há uma figueira entre a vinha que não da frutos. O dono insiste em cortá-la, mas o viticultor pede que se dê mais uma chance. Assim como é conosco. Fora de Cristo somos como árvores que não dão frutos. O Espírito Santo é como o adubo que o viticultor deita ao redor da figueira. Ainda assim, é necessário que a planta aceite esse adubo, assim como nós precisamos aceitar a Palavra. Deus não nos forçará a amá-lo. Sem escolha, não há amor.
“Procurai entrar pela porta estreita;”
“Comemos e bebemos contigo e tu ensinastes em nossas praças. Ele, porém, vos dirá: Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores”
Na passagem da porta estreita, Nosso Senhor nos esclarece que não é o quanto se sabe, mas o quanto se ama. Voltando a parábola do viticultor e da figueira, não adianta ouvirmos e sabermos muito do que Deus fala, se não aceitamos o convite do Espírito Santo em nossos corações e permiti-Lo a nos transformar.
Recentemente tenho focado mais em estudar a crescer na devoção e na vida espiritual do que na apologética. Creio que os dois são importantes, mas vejo que há um perigo espiritual na apologética. Distrairmos-nos nos debates intelectuais e negligenciar-mos nossas almas.
Continuarei fazendo a Lectio Divina diariamente e também continuarei lendo Filoteia - São Francisco de Sales.
24/10/2024 - Lucas 12:35-59
“A quem muito se deu, muito se pedirá; a quem muito se confiou, muito se exigirá”
O pecado de um cristão é sempre pior do que um pecado de um ateu, pois ao cristão muito foi dado. Devemos odiar o pecado, pois não há bom filho que fique feliz em desrespeitar, ignorar e decepcionar seu pai.
Aos santos Deus confia seu reino. Que rei não se importaria com aquele que cuida de suas possessões? Portanto, o caminho de santidade passa pela alta e firme exigência de Nosso Senhor, que também é infinitamente misericordioso.
Meu propósito é continuar fazendo revisões diárias do que agradecer e pedir perdão a Deus.
23/10/2024 - Lucas 12:1-34
“Pois onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”
Sabedoria Divina - literalmente. Nessa frase Você, meu Senhor, encapsula tanto de um pensamento contínuo que tenho entretido nas últimas semanas sobre propósito de vida. Não é de se espantar quantos corações perdidos nós encontramos por aí, quando foi tirado das pessoas o fim último e verdadeiro da vida delas - o único possível: Deus.
Na falta de um propósito verdadeiro, as pessoas erguem falsas alternativas como o tesouro delas. Entram ídolos que nunca serão capazes de satisfazê-las: dinheiro, fama, carreira de sucesso, prestígio acadêmico, poder, sexo, prazer, entre outros. A razão da infelicidade na busca desses ídolos é simples: o desejo pela felicidade é infinito, enquanto qualquer coisa desse mundo é finita. Consequência lógica são corações frustrados, perdidos e sem esperança.
Nessa passagem, temos menções ao tema da caridade e da esmola. Mas de uma perspectiva diferente: que nós devemos radicalmente confiar na Providência nesse mundo. Deus alimenta até os corvos que não são capazes de semear e colher, então o quanto mais Nosso Pai celeste fará por nós? Não devemos nos preocupar com o que comer e beber. Não devemos andar com “vãs preocupações”.
Palavras difíceis! Muito difícil levar para o coração nessa era que tanto valoriza a independência individual e autossuficiência como ideias absolutos. Dúvidas semelhantes aparecem aqui como apareceram no tema da caridade e ajuda ao próximo, de como é uma aplicação prudente desse princípio moral.
Ao invés de pensar muito nessas nuances, meditei sobre a minha relação com o dinheiro. Nesse meu pouco tempo de carreira, fui abençoado com uma progressão rápida de cargos e salários. E sempre tive uma personalidade muito poupadora. Desde antes de começar a trabalhar, já quando era criança, sempre guardava dinheiro, e sempre me interessei por investimentos. Mas nunca tive muito um objetivo do porquê guardava aquele dinheiro. Além disso, grandes compras, mesmo que por bons motivos, como pagar um curso de línguas por exemplo, traziam grande ansiedade.
Para ilustra a história, lembro de uma vez que quando tinha uns 13 anos ganhei 50 reais. Perguntei para o meu tio qual era o melhor investimento a se fazer com aquele dinheiro. A resposta dele foi muito sábia: “Leva uma menina para tomar sorvete e ir ao cinema”. Hoje vejo que deveria ter ouvido, era realmente um uso melhor do que o que fiz. O que fiz? Não me lembro, mas devo ter guardado aquela nota. Sei que não levei nenhuma garota para tomar sorvete naquela época.
Após a pandemia, quando passei um tempo na França, tive as minhas primeiras férias de verdade. Antes, férias para mim era um tempo de descanso quando já estava esgotado de cansaço. Sempre poupava as minhas férias e o RH obrigava-me a tirar férias. Nesse momento, o dinheiro passou a ter uma nova perspectiva: é ok, saudável e bom gastar o dinheiro para ter experiências incríveis. Não me tornei gastador, continuava poupando, mas dentro do orçamento do mês (uns 50% do salário líquido), era tudo bem usar o dinheiro. Fiquei mais relaxado com gastos e passei a apreciar essas novas portas abertas.
Minha conversão mais uma vez mudou essa relação com o dinheiro. Agora, o dinheiro tem uma nova capacidade: a caridade. Caridade, a virtude do amor, vai além da filantropia. Não é só ajudar o próximo. É, motivado pelo seu amor a Deus, ajudar a construir o reino de Deus aqui na Terra, para o bem do seu próximo, pois você quer amá-lo e ser misericordioso com ele assim como Nosso Senhor é misericordioso.
A construção das obras de misericórdia é algo profundamente significativo: une a felicidade natural através da empatia de ver o próximo bem com a felicidade sobrenatural de saber que você está fazendo a vontade de Deus, e deixando Cristo viver através de você. É lindo ser cristão e poder ter essa visão sobrenatural das coisas.
Dinheiro, viagens, restaurantes incríveis e outras experiências são boas. Uma boa carreira, prestígio, sucesso são excelentes. Mas são bens secundários, que nunca devem assumir o lugar do bem primário que é Deus. Quando essas coisas se tornam a coisa mais importante da sua vida, elas se tornam ídolos, e você escravo delas.
Toda essa trajetória ajudou-me a desenvolver um desprendimento responsável com o dinheiro. Aprendi como é importante poupar e como poupar. Aprendi como é importante ganhar mais e como ganhar mais. Aprendi como é importante saber usá-lo da forma certa e o que vale a pena gastar com.
Demorei até chegar aqui, mas vejo que tudo se encaixou no final. Talvez se não tivesse tido esse escrúpulo de poupar dinheiro, não seria capaz de conseguir ter o que doar hoje. Certamente, um belo trabalho da Providência. Obrigado, Nosso Senhor.
Agradecerei pelo que tenho e pedirei para ser iluminado de como posso melhor ainda usá-lo em prol do meu caminho de santidade.
22/10/2024 - Lucas 11:29-54
“Não se acende uma lamparina para tê-la escondida, mas põe-se no candelabro, para que os que entram vejam a luz”
Todas as ações de Deus são perfeitas, mas a lente pela qual enxergamos o mundo é embaçada pelo pecado, o que nos torna impotentes para compreender. O povo, em frente ao próprio Filho de Deus, vendo-o, ouvindo seus ensinamentos e presenciando seus milagres clamam por sinais. Soberbos, assumindo uma posição de superioridade, demandam que eles precisam ser convencidos.
Jesus então fala do exemplo dos Ninevitas, uma cidade pagã, sem conhecimento prévio dos mandamentos de Deus que fez penitência quando Jonas, um profeta com má vontade, apresentou a Palavra para eles. Também cita o exemplo da Rainha que viaja para conhecer Salomão e beber de sua sabedoria.
Complementando, Jesus diz: “O olho fornece luz para todo o corpo. Se teu olhar é generoso, o corpo inteiro será luminoso; porém, se é mesquinho, todo o teu corpo será tenebroso”. Com isso, entendemos o porque Jesus diz que não será concedido outro sinal. Deus não nos forçará a amá-lo, pois se fizesse, não seria amor. Então do que adianta mais sinais se o coração é fechado?
E não é essa a experiência quase universal de conversão? A pessoa abre um pouco o seu coração, começa a ter vida espiritual, começa a ver os frutos em sua vida e cada vez mais abre mais o seu coração, e começa a pecar menos, construir algumas virtudes… Baby steps. E a cada passinho, sua fé, esperança e caridade vão aumentando. E quanto mais sua fé é fortalecida, mais a pessoa é capaz de enxergar as verdades da fé. Fica cada vez menos embaçada a lente pelo qual vemos a Deus e a sua criação.
Como aplicação, farei Lectio Divina sobre o livro do profeta Jonas.
21/10/2024 - Lucas 11:1-28
“Senhor, ensina-nos a rezar”
E Você, Senhor, ensinou a seus discípulos o tão conhecido Pai Nosso. Meu Deus, confesso que tenho tido bastante dificuldade de rezar orações vocais que antes eram parte de minha rotina, como o terço. E quando comecei a fazer a oração mental a partir da Lectio Divina, a maior profundidade que tenho fazendo esse exercício me levou a negligenciar a oração vocal.
Mas ao ler essa passagem, eu percebi que a oração vocal é importante também. Só de ter sido ensinada diretamente por Você já seria o suficiente para convencer-me de mudar o meu comportamento. Mas uma segunda coisa que percebi é que sem a oração vocal, parei fazer os meus pedidos ao Pai celestial.
E o Pai Nosso é uma ótima didática do que uma rotina de oração deve ter: adoração, agradecimentos, preces, e penitências.
Formarei uma pequena rotina de orações vocais que rezarei todos os dias.
20/10/2024 - Lucas 10:38-42
“Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária”
Meu Senhor, confesso que caio em distrações frequentemente ao longo do dia. Quantas vezes pequenas coisas ao longo do dia viram longas cadeias de pensamento que levam ao ressentimento para com o próximo. Dificilmente ajo sobre esses pensamentos, mas meus pensamentos são terrenos férteis para a desordem e tristeza. Nesses momentos, orar sem cessar se torna difícil, mas vejo que seria bem frutífero, pois permitiria essa recentralização no que realmente importa.
O que realmente importa, evidentemente, é a salvação, é a santidade. Nesse aspecto, meu Deus, vejo necessário a minha melhora no tempo de oração. Tenho muita dificuldade no diálogo sincero, que é necessário para ter esse trato de amizade que Santa Teresa fala sobre.
Também é preciso bastante cuidado para não cometer o outro erro de Marta nessa passagem: se colocar na posição de demandar a Deus que seja feito o seu desejo. Perseverar na oração, mas sempre com humildade, e sabendo que se for para o meu bem, será concedido.
Pesquisarei e farei revisões gerais dos meus dias para entender com o que ando me preocupando, e como posso melhorar.
19/10/2024 - Lucas 10:23-37
“Aquele que usou de misericórdia para com ele”
Essa passagem conta famosa parábola do Bom Samaritano. Doutores da lei perguntam a Jesus “quem é o próximo” que eles devem amar como amam a si mesmo, como diz o mandamento. Essa pergunta vem de um contexto onde os diferentes grupos de judeus da época interpretavam “próximo” de forma diferente: alguns por etnia, outros por grupo político, religioso, etc…
Jesus resolve então a disputa usando a parábola do bom samaritano. Um homem indo de Jericó a Jerusalém é assaltado por ladrões que o deixam severamente ferido. Um doutor da lei e um levita passam por ele, mas não o ajudam, enquanto um samaritano ajuda o homem com suas feridas e o carrega até uma hospedaria que ele também paga. Jesus então pergunta aos doutores da lei quem foi o próximo daquele que precisava de ajuda. Os doutores então respondem: “aquele que usou de misericórdia para com ele”. Jesus então fala aos doutores: “Vai, e faze tu o mesmo”.
A primeira parte interessante dessa parábola é a importância do magistério. Os judeus daquela época, divididos em diferentes grupos (fariseus, saduceus, essênios, etc…) não tinham um magistério capaz de resguardar as verdades de fé de interpretações erradas. De certa forma, sofriam do mesmo problema existente com o Protestantismo e suas milhares de divisões. Felizmente, Cristo fundou sua Igreja com um magistério composto por um papa e os bispos em comunhão com ele que tem a função de interpretar e resguardar a fé, guiados pelo Espírito Santo que os impedem de falhar em ensinamentos definitivos de fé e moral.
Voltando-se agora para o principal mensagem da passagem, vemos um tema recorrente nas Sagradas Escrituras: misericórdia ao próximo. Quem é o próximo? Aquele que necessita da nossa misericórdia. O próximo pode ser de qualquer etnia, local de origem, e até mesmo classe social se estendermos nossas obras de misericórdia para além das obras corporais.
Questões mais complexas surgem quando aplicamos na prática esse princípio. Quais são os limites? Grande parte de nós vive em grandes cidades e somos confrontados diariamente com a pobreza e pessoas em estados de necessidade. Não é incomum que um trabalhador ao longo de seu dia passe por várias pessoas pedindo por ajuda. Ele, como bom cristão deve ajudar a todos? A resposta natural é “sim”. Mas até que ponto? Até o ponto do dinheiro que sobra no mês? Devo ter um budget no mês e nada além disso? Devo ter um mínimo? Devo ter um máximo? Devo sacrificar o meu padrão de vida para ajudar as outras pessoas? Como fica guardar dinheiro para o futuro nessa situação?
Se formos na internet, poderíamos passar dias olhando sites de doações e encontrando pessoas com necessidade para ajudar. Parece-me às vezes que um voto de pobreza radical como os que as ordens religiosas fazem seriam os únicos que realizem plenamente esses princípios. Enfim, boas perguntas, não tenho resposta para elas. A resposta começa no fato de que precisamos ser capazes de que, ao ver o outro em necessidade, eu posso ser o próximo. E a fé aumenta a minha caridade (a virtude do amor).
Esses problemas práticos nunca podem ser motivo paralítico de começarmos a ser pessoas caridosas. Até eles chegarem, a minha ação caridosa, por menor e sutil que seja, já tornou o meu redor melhor. Pois na ação caridosa, eu posso ser uma pequena imitação de Cristo na terra.
Ser misericordioso, como Você é misericordioso, meu Deus, é o que precisamos ser.
Vou procurar respostas sobre como ser prudente na realização de obras de misericórdia.
18/10/2024 - Lucas 10:1-22
“Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos”
Nessa passagem, Jesus envia 72 dos seus discípulos para anunciarem o Reino de Deus. Ele compara seus discípulos como operários em uma colheita (messe). Além disso, a instrução para os discípulos quando eles chegarem em uma casa é dizer “Paz a esta casa!” e se, e apenas se, ali houver um homem pacífico, sobre aquela casa repousará a paz.
É bem interessante pois mostra qual a função do apostolado. Não somos nós que fazemos o semeio, a plantação, a irrigação, adubação, poda, etc… O trabalho missionário só tem frutos após a ação do Espírito Santo que prepara o coração daquelas pessoas e a partir da livre aceitação da pessoa quando recebe a Palavra. Sem essas duas coisas, não há o que se colher.
“Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos estão sujeitos, mas alegrai-vos de que os vossos nomes estejam escritos nos céus”
E quando, qualquer trabalho der fruto, é importante ser feliz pelos motivos certos. Até o trabalho mais santificante do mundo pode ter o seu valor arruinado se for feito por orgulho. Todo trabalho de apostolado que fazemos é Você agindo através nós, Senhor. Acredito que esse é o pensamento mais importante para manter o orgulho distante.
“Que tens tu que não tenhas recebido?” (1 Cor 4:7). Portanto, como eu posso utilizar os bens e graças que eu recebi de Ti, meu Deus? Ilumine-me para que eu compreenda como utilizar meus dons e talentos a Seu serviço, sempre; para que o que eu recebi seja fonte de transformação do meu redor; para que, cada vez mais, pedacinhos da terra se aproximem do céu.
17/10/2024 - Lucas 9:51-62
“O Filho do Homem não veio para perder as vidas dos homens, mas para salvá-las”
“Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus”
Eu creio que essas duas frases encapsulam tanto do que é o Cristianismo. É um alto padrão moral, sem dúvidas, mas unido de uma infinita misericórdia e graças para fazer diferente. Hoje o mundo ensina-nos a ver padrões morais como repressão, algo que infringe em nossa liberdade.
Esse pensamento não poderia estar mais longe da verdade. A real liberdade é se libertar dos vícios. Ser capaz de auto-controle, não deixar que os instintos mais animalescos tomem a direção. Um pai que proíbe o filho adolescente de usar cocaína não está oprimindo a liberdade do filho, está preservando-a. É fácil ver isso quando falamos do vício e da razão de queda que não é a nossa.
Por isso, espanta-me muito esse tipo de religião moderna que não pede a seus seguidores um alto padrão moral. Ainda mais quando dizem aceitar o Santo Evangelho. Deixe-me entender, você aceita Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador, mas você vive uma vida que alguém sem Deus pode viver tranquilamente? Triste são as almas que contaminadas pelo espírito modernista e secular buscam um Cristianismo aguado e morno para terem o sentimento de salvação sem que parem de viver vidas de perdição.
É uma proposta tentadora, Cristo, ter as recompensas e méritos que Você ganhou para nós sem que isso nos custe algo. Mas assim como todos os golpes de dinheiro ou emagrecimento rápido, eu sei que isso é mentira. Só Você é o caminho da liberdade, pois sua Palavra é verdade. E o caminho deixado por você é a Igreja instituída por você: una, santa, católica, e apostólica. Instituída sobre a pedra que é Pedro e sua confissão de fé.
Não é fácil a vida de construção de virtudes, mas também podemos aprender a amar o caminho. Assim como também é doloroso ir para a academia, mas também é prazeroso. Eu só agradeço, Jesus, que quando eu falho e olho para trás, não sou transformado na estátua de sal como a mulher de Ló, pois é isso que eu mereceria, pois sozinho não sou apto para o Seu Reino.
Obrigado pelos sacramentos que Você instituiu e que são preservados na Igreja fundada por Você, principalmente o da Confissão e da Eucaristia, que nos permite religarmos com Você quando caímos.
Irei à Santa Missa além do Domingo essa semana, para agradecer que Você nunca nos abandona, visivelmente pela Igreja e não visivelmente em nossas almas.
16/10/2024 - Lucas 9:28-50
“Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus”
Realmente, o quão bom é despertar depois de passar tempo tendo-nos deixado levar pelo o que ocorre ao nosso redor sem pensar muito. É irônico essa passagem neste momento, pois eu estou com tamanho sono que dificulta bastante esse tempo de oração. Sinto-me como os discípulos se sentiam ao não entender o aviso que Você deu para eles sobre Sua entrega nas mãos dos homens. Hoje tenho dificuldades para entender o que Você fala comigo através de uma passagem tão significativa como a da Transfiguração. Mas farei diferente dos discípulos que tinham medo de perguntar quando não entenderam Sua mensagem: Ajuda-me meu Deus!
Meu Senhor,
Faça por sua Palavra o meu coração elevar
Ensina-me para que em meu orar transborde o meu amar
E sempre dá-me graças para trilhar o caminho que Você iluminar
“Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei convosco e vos aturarei?”
Creio que a resposta aqui seria: para sempre. Parece-me que toda geração faz o trabalho de abolir algumas perversidades e também faz o trabalho de criar ou fortalecer outras perversidades. A nossa mãe Igreja parece sempre estar em uma crise diferente em todas as gerações. Algumas piores que as outras, é claro. Mas, Cristo, nós temos sua garantia de que as portas do inferno não prevalecerão.
Não trago nenhum propósito novo para hoje, reforçarei o de continuar orando através das Sagradas Escrituras todos os dias e acordando às 6h.
15/10/2024 - Lucas 9:1-27
“Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me”
Faço uma conexão forte com a meditação de ontem que fiz sobre vocação. Muitas vezes é nossa vocação a nossa cruz de cada dia. A tarefa chata e repetitiva do meu trabalho é a minha cruz. O ter uma rotina disciplinada, dormir e acordar no horário certo, é minha cruz. São pequenas coisas, é claro. Mas temos que ter visão sobrenatural mesmo para as pequenas coisas. Nós nos santificamos pela nossa vida no mundo, especialmente os que não são chamados à vida religiosa.
Fiz um pequeno exercício mental para fortalecer essa visão sobrenatural dos sacrifícios do dia-a-dia.
Tenho recentemente sido indisciplinado com minha rotina e procrastinado no meu trabalho. Eu durmo em horários diferentes todos os dias. Acordo em horários diferentes baseado em quando durmo. O que tenho trabalhado recentemente no trabalho não é o que eu diria ser intelectualmente estimulante. Tenho que fazer minhas orações a noite, pois sempre saio atrasado de casa.
Passar pelos dias assim tem sido difícil, cansativo. Acordar é um sacrifício. Trabalhar tem sido um sacrifício. Dormir tem sido um sacrifício. Essas coisas me custam um tremendo esforço.
Penso então sobrenaturalmente. O que mais me custa no meu dia é a cruz que Cristo quer que eu tome no meu dia-a-dia. Ele me ama, portanto, Se Ele quer que eu tome a minha cruz, é porque Ele sabe que isso é bom para mim.
Eu vejo a minha responsabilidade no trabalho. Temos uma grande empresa a construir, e dezenas de projetos a serem feitos, aos quais eu tenho um impacto direto e concreto no sucesso ou falha deles. Se essa empresa der certo, muitas pessoas e muitas famílias ficarão em melhor estado. Se essa empresa der errado, os clientes ficarão sem o serviço que eles precisam. Talvez os funcionários dos clientes fiquem sem o pagamento deles. Eu e todos os meus colegas de trabalho serão demitidos. Eu sou responsável por isso, e as pessoas contam comigo.
Além disso, Cristo deu-me a vocação do matrimônio. Portanto, o meu trabalho não é apenas sobre dinheiro ou realização pessoal, é também como eu vou prover para a minha família, que é o caminho de minha santificação. Eu vejo o exemplo de São José, e como ele fielmente trabalhou para prover para a Sagrada Família. Eu também sei que esses sacrifícios são ultimamente ridículos, pequenos, quase nada. E que com certeza os sacrifícios de criar uma família serão muito maiores, mais importantes e mais difíceis. Serão diversas noites sem dormir, será o trabalho repetitivo de educar e disciplinar os muitos filhos, será a monotonia de uma rotina disciplinada que a casa necessitará.
Isso me revela que essas dores de agora são feitas para que eu possa construir as virtudes necessárias para ser o santo que Deus me pede para ser e que eu quero ser. E com isso, eu passo a amar mais a Deus, pois Ele sabe que eu preciso disso agora.
Obrigado Deus por essa cruz que você me deu. Eu agora aprecio melhor a beleza dela. Vejo que não devo evitar a cruz, pois é na cruz que o pecado morre. Sei que serão sacrifícios, mas peço que Você me dê graças para que eu tenha o sorriso generoso do cristão enquanto faço esses sacrifícios. E ao domingo, quando assistir à Santa Missa, eu oferecei esses sacrifícios que eu fiz durante a semana a Você, unindo-os ao sacrifício supremo do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Acordarei às 6h da manhã como a rotina que eu já tinha planejado diz para eu fazer.
14/10/2024 - Lucas 8:26-56
“Volta para casa, e conta quanto Deus te fez”
Essa fala de Jesus acontece na passagem em que Ele liberta um homem de Gerasa que estava possuído por uma legião de demônios. Após isso acontecer, todo o povo da cidade, por temor, pede para que Jesus se retirasse da cidade, que era pagã. O homem liberto então pede para ficar com Jesus, mas Ele despede-o, dizendo para ele voltar para casa.
Essa ordem de Jesus é muito instrutiva sobre vocações. Algumas pessoas, como o jovem rico na passagem do último Domingo, foram chamadas a seguirem fisicamente Jesus, enquanto outras não.
Assim deve ser. Nós, a Igreja, somos o corpo místico de Cristo. Do que valeria um corpo com coração sem mãos para trabalhar? E qual seria o fim do trabalho que não é guiado pelo coração?
Podemos não saber o nome deste homem, a ele não foi dado a vocação de ser um dos doze apóstolos ou um conhecido santo. Mas ele também é santo, pois cumpriu o que Deus pediu dele.
É um exemplo de um ”santo invisível”. Ele não é venerado. Mas é santo também, pois cumpriu o que Deus pediu dele. E mesmo que não seja reconhecido por nós, todo aquele que aceita sua vocação é santo e fortalece o corpo místico de Cristo.
A conclusão que se segue é que toda vocação é nobre, pois toda vocação é um chamado de Deus, e Ele sabe do que eu preciso e o que a Igreja precisa. E sem esse papel individual sendo cumprido, a Igreja fica mais fraca, pior e deficiente.
Meditarei sobre o que Deus me pede para que eu faça com todas as bençãos que Ele me concede.
Deus, ilumine o meu caminho, permita-me ver o que não vejo sozinho.
Entrego-me em suas mãos, para que eu cumpra a minha vocação.
No meu caminho de santidade, vejo beleza e deslumbro a felicidade.
Transforme o ouro em minhas mãos no tesouro do Seu coração!
13/10/2024 - Lucas 8:1-25
“A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus; aos outros, porém, em parábolas, a fim de que vejam sem ver e ouçam sem entender”
Essa frase de Jesus vem após os seus discípulos pedirem explicações sobre o que significava a parábola do semeador. Inicialmente, parece muito estranha, como se a intenção do falar em parábolas fosse para esconder os ensinamentos das multidões. Porém, isso não parece fazer muito sentido, porque 1. Por que falar para multidões então? 2. Por que usar histórias que trazem elementos do dia-a-dia das pessoas justamente para elas conseguirem entender melhor?
Bom, certamente será uma passagem que retornarei no futuro, pois não é fácil. Ela aparece em Marcos também e os dois apontam para Isaías 6:9-10. Para mim, a explicação mais plausível no momento parece ser mais relacionado à disposição interna do ouvinte, que, não sendo humilde de coração, torna-se incapaz de se aprofundar no significado espiritual da Palavra. Isso é corroborado pela própria parábola do semeador que a precede.
“A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança”
Sobre a parábola do semeador, tiro lição tanto imaginando-me como semente e também como semeador. Jesus explica que a semente é A Palavra. E cada um de nós somos sementes e o terreno onde a semente cai são nossas disposições internas.
O quanto estou eu criando um terreno fértil e um coração aberto para conseguir ouvir, entender e interiorizar A Palavra? O quanto minha vida interior está enraizada suficientemente bem para aguentar as futuras dificuldades que virão? Afinal, é nossa salvação que está em jogo, cristianismo não é um “lifestyle” que podemos simplesmente abandonar quando as coisas ficarem difíceis. E elas ficarão.
Na outra perspectiva, em nosso apostolado somos semeadores da Palavra. Então temos que saber que ao semear, a maioria das sementes cairão em terrenos não férteis, almas não preparadas para receber a Palavra. Mas nas almas que tiverem prontas, produzirão frutos ”cem por um”! E deveríamos alegrar-nos com esse fato. E paciência para com as que não estão prontas.
Hoje mesmo ouvi duas reflexões interessantes e tangenciais a esse assunto. A fé é como um músculo: não podemos esperar que nós mesmos e os outros, fracos e sedentários, consigamos carregar 500kg no leg press no primeiro dia de academia. Com a fé não é diferente: quando começamos, é tudo muito estranho, tudo muito estrangeiro. Mas com calma, e paciência, e se houver uma disposição interna favorável, Deus ilumina o caminho daquela alma, e em um momento futuro talvez ele esteja mais disposta a trilhar o caminho da fé. E partir daí, ela se torna terreno fértil e passa a conseguir ir construindo essa músculo da fé.
E esse músculo da fé é a vida interior. E estendendo a analogia, como músculo também, da resultados exteriores. É lindo e feliz ser cristão. E nossa transformação interior feita pelo Espírito Santo quando abrimos nosso coração e o sorriso generoso que estendemos ao próximo é a mais importante apologética que podemos fazer.
Como aplicação, continuarei fazendo a Lectio Divina diariamente. É uma parte muito boa do meu dia e que gosto bastante.
11/10/2024 - Lucas 7:31-50
“Por isso te digo: seus numerosos pecados foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama”
O quão ao mesmo tempo é intuitivo ou contraintuitivo é esse ensinamento. Aquele que tem uma dívida maior e é perdoado, é aquele que mais ama. Ao mesmo tempo, como reconciliar isso com a vida dos grandes Santos: pessoas que amavam profundamente a Deus, e muitas delas não tiveram vidas muito pecadoras como a de Santo Agostinho.
Acredito eu que a chave para isso é a autoconsciência dos nossos pecados, das nossas próprias dívidas que temos. Jesus nessa passagem usa a metáfora de um credor que tem dois devedores. Um deve 50 denários e o outro 500 denários. Se o credor perdoar as duas dívidas, qual será mais grato? A resposta mais plausível é aquele que deve mais. Porém, e se o que deve mais não tiver noção do tamanho da dívida que ele tinha? Será que ele se sentiria tão grato?
Portanto, os Santos amam profundamente a Deus, muitas vezes mais do que outras pessoas que pecam mais pois eles tem uma consciência profunda de seus pecados, de sua gravidade e da misericórdia Divina. E no processo de santificação, a pessoa começa a também ver falhas menores que ela não via antes, que são pecados veniais, e passa a pedir perdão por eles também.
Essa visão também é demonstrada pelo texto quando diz que os pecados da mulher foram perdoados pois ela demonstrou muito amor. E, como um ciclo virtuoso, o perdão dos pecados faz a mulher amar mais.
Estudarei o exercício espiritual de “Exame particular de consciência” de Santo Inácio de Loyola para ter mais consciência dos meus pecados.
10/10/2024 - Lucas 7:1-30
“Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entreis em minha casa; por isso nem me achei digno de chegar-me a ti, mas dize somente uma palavra e o meu servo será curado”
Essa frase é dita por um centurião, que é um comandante militar do exército romano que lidera 100 soldados. E após dizer isso, ele faz uma conexão com o seu próprio trabalho, onde com apenas o dizer de uma palavra ele da ordens para um homem.
“Bem-aventurado é aquele para quem eu não for ocasião de queda”
E essa analogia que o centurião faz é muito adequada, pois a fé não deve ser só uma submissão intelectual, ou uma crença indiferente a Deus. Como refletido ontem, a fé precisa ser operante. Não adianta que chamemos ao nome do senhor e não fazemos o que ele nos pede. Se não submetermos nossa inteligência e vontade ao Senhor, nós cairemos.
“Ide anunciar a João o que tendes vistos e ouvido”
No contexto de que enviados de João Batista pergunta para Jesus se ele é o esperado (o Messias), ele manda os homens falarem sobre suas obras. Isso conecta com dois pontos interessantes.
O primeiro é uma lição muito repetida pelos evangelhos de que pela fruta se conhece a árvore. E a segunda demonstra o porque Jesus realiza milagres. Ele não realiza milagres primariamente pela cura. Os milagres são formas de demonstrar credibilidade na palavra dele.
Isso fica evidente na passagem onde Jesus perdoa os pecados de um cadeirante e quando os fariseus questionam em seu coração, ele cura o cadeirante como forma de demonstrar que sim, a palavra dele é A Palavra.
Jesus foi enviado por Deus, e nós sabemos que é realmente Deus que está falando conosco por causa dos milagres operados e das promessas que ele cumpre. Esses são motivos de credibilidade. Motivos de credibilidade são sinais dados por Deus para mostrar que o assentimento da fé está de acordo com a razão. Outros motivos de credibilidade são o reconhecimento da sublimidade, coerência, beleza e a verdade nos ensinamentos de Cristo transmitidos pela Igreja, e também a fecundidade e resiliência da instituição por Ele fundada.
Como aplicação prática, estudarei melhor o que são os Motivos de Credibilidade.
09/10/2024 - Lucas 6:20-49
“Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso”
O cristão não é só chamado a ter uma relação pessoal com Deus. É pedido do cristão ter uma comunhão profunda com Deus. E ter uma comunhão profunda com Deus é ser um reflexo de Deus com as outras pessoas. Um reflexo que sempre será imperfeito e falho, claro. Mas a santidade é um chamado para “ser perfeito como vosso Pai celestial é perfeito” (São Mateus 5:48).
Esse conceito é muito relacionado ao conceito de “Theosis”, muito presente nos cristãos orientais. Theosis ou divinização é o processo pelo qual a graça Divina transforma a pessoa, aumentando-a em santidade e comunhão, de forma que a pessoa participa da natureza Divina. Não é que nos tornaremos Deus, mas como diz São Paulo: “não sou eu quem vive, e sim Cristo que vive em mim”.
Ser misericordioso não é fácil. Pois primeiro é necessário a caridade, para podermos ler a situação da melhor forma possível. E segundo, se nós fomos realmente feridos, precisamos perdoar. Nós não perdoamos pelas nossas próprias forças, e sim porque Deus fortalece a nossa virtude da caridade e, pela fé, nos concede a graça necessária para fazer o que é certo.
Ser misericordioso é além de ser justo. Pois somos justos quando damos ao outro o que ele merece. Somos misericordiosos quando damos ao outro o que ele precisa, motivados pelo amor.
“Por que me chamais: Senhor, senhor… e não fazeis o que eu digo?”
E prossegue a dizer que aquele que vai ao Senhor e pratica é como um homem que edificou sua casa em uma profunda fundação e pôs alicerces na rocha. Enquanto aquele que não pratica tem a sua casa destruída na primeira torrente que aparece.
Novamente vemos que a vida interior é a fundação necessária para sermos árvores que dão bons frutos. Nós só seremos capazes de sermos misericordiosos como Nosso Senhor nos pede se tivermos uma profunda vida interior que nos sustente nessa difícil tarefa.
Vou procurar leituras e práticas que ajudem-me a ter uma vida interior e devota.
08/10/2024 - Lucas 6:1-19
“Todo o povo procurava tocá-lo, pois saía dele uma força que os curava a todos.”
Eu gostaria de agradecer Senhor, toda a cura que você já realizou em minha alma. Realmente é poderosa a Sua Palavra que é capaz de transformar tão profundamente nossa alma. É capaz de trazer paz para os momentos de stress, mansidão em momentos de ira, e sabedoria em momentos de dúvida.
Transforma-nos não só individualmente, mas como nós nos relacionamos com todos, principalmente aqueles que nós amamos. A Sua Palavra é capaz de revelar belezas ocultas e verdades não ditas. É capaz de aprofundar e ressignificar laços tão profundos e de curar os rompimentos que geramos de nossas imperfeições.
Rezarei agradecendo e clamando pela cura santificante do Senhor, pois só com ela é possível deixar para trás tudo que atrapalha nosso caminho de virtude e santidade.
07/10/2024 - Lucas 5:27-39
“Não vim chamar à conversão os justos, mas sim os pecadores”
O amor, a misericórdia e o estender as mãos para ajudar aqueles que cometeram graves faltas não deve ser visto como uma tolerância ao comportamento. É sim necessário a correção fraterna, mas também devemos tomar muito cuidado ao cortar relações. O perdão, e a nossa presença quando aquele que nos ofendeu perceber e arrepender-se é a atitude difícil, mas autenticamente cristã.
Claro, sempre tem que haver prudência e temperança na aplicação desses princípios. A própria Igreja, por exemplo, reconhece como legítima a separação da convivência em casos onde a segurança de um dos esposos e das crianças está em perigo.
“Ninguém põe vinho novo em odres velhos”
Nessa parábola, o vinho novo e o pano novo são analogias para a nova relação pessoal, de amor que os homens tem que ter com Deus na Nova Aliança. Enquanto os panos velhos e os odres velhos representam a velha lei ritual da Antiga Aliança que impedia os fariseus e seus escribas de cultivarem uma profunda relação com Deus.
Práticas de devoção, oração, jejuns, e atos de caridade são bons. Mas é importante entender que tem tempo para eles, e tem tempo onde fazê-los seria errado, como por exemplo jejuar em tempos onde se comemora a presença do Senhor, como nos domingos.
Ao mesmo tempo, essas práticas e ritos tem que ajudar a cultivar e serem manifestações externas de uma relação pessoal com Deus, e não uma substituição. Não é performando certas ações calculadas que ganhamos méritos para nossa salvação, já que nada que venha puramente de nós será capaz de pagar as nossas desobediências.
As práticas religiosas tem que seguir e só fazem sentido quando temos um relacionamento pessoal com Cristo. Temos que fazer nossa experiência de Deus, deixar-nos sermos amados e transformados por Seu infinito amor.
Rezarei a Ladainha do Amor de Deus para lembrar do poder transformativo do amor Divino.
06/10/2024 - Lucas 5:1-26
“Subiu a uma das barcas que era de Simão” “Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens”
Jesus usa a barca de Simão (Pedro) para transmitir a Palavra para o povo de Genesaré. Que linda prefiguração e imagem da Santa Igreja. Una essa passagem com São Mateus 16:16-19 onde Jesus funda sua Igreja sobre Pedro e sua confissão de fé. Também é incrível ver a tão grande fé de Pedro em Jesus, onde ele não duvida de Jesus quando ele fala para jogar as redes, sendo que passaram a noite inteira (o horário propício a pesca) e não pescaram nada.
A Santa Igreja é Santa pois foi fundada pelo próprio Cristo. Mas o reino de Israel também foi designado por Deus, e isso não impediu que terríveis reis se sucedessem após Davi. Portanto, virão tempestades, heresias, corrupções e muitas misérias entre nossa Igreja, até mesmos nos nossos pastores que deveriam nos guiar, assim como já aconteceu no passado. Mas a Igreja sobreviverá, pois temos a promessa do Cristo, de que os portões do Inferno não prevalecerão!
Rezarei hoje pelo Papa, pelas intenções do Papa, e pelo todo o Clero de nossa Igreja para que eles possam salvar e guiar todas as almas que vivem. Também rezarei pelos Pastores e pelo Clero de nossos irmãos separados (Ortodoxos, Ortodoxos Não-Calcedonianos, Protestantes, Velhos Católicos).
05/10/2024 - Lucas 4:14-44
“Em verdades vos digo: nenhum profeta é bem aceito em sua pátria”
Nessa passagem, Jesus após passar um tempo em Cafarnaum, vai a Nazaré pregar as boas novas. Em Nazaré, recusam-o, pois não conseguem crer que Jesus, o carpinteiro, filho de José é realmente aquele que veio a cumprir as profecias.
Meu querido leitor, o quão triste é essa realidade. Quantos missionários saem pelo mundo, convertem muitas almas, mas não são capazes de converter as almas mais amadas por eles. Ou, mais mundanamente, quantas vezes alguém que está próximo de nós repetia um ponto várias vezes, mas apenas quando alguém aleatório fala a mesma coisa e só aí damos importância.
Ao mesmo tempo, para nós que almejamos a Santidade e queremos realizar um bom apostolado aqui nessa vida, o quão libertadora é essa verdade! Se nem os grandes profetas como Elias e Eliseu foram bem recebidos; se nem Jesus, o próprio Cristo, Deus Filho, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, é bem recebido e muitos rejeitam a escutá-lo e não se convertem, por que comigo, que não sou nada, seria melhor?
O tempo de meu apostolado não é longo, mas já percebi uma verdade. Em toda a minha vida pré-morte, eu não converterei ninguém — assim como ”ninguém” me converteu. É claro, tive boas influências, boas referências. Mas ultimamente, eu fui à Santa Igreja porque algo em mim me chamou a ir. Hoje é fácil ver que foi uma ação do Espírito Santo, que é sempre descrita como um sopro, pela sua suavidade. E a partir disso, meu único trabalho foi abrir o meu coração, remover todo o lixo que impedia Deus de pousar em minha alma. Mas a conversão é assim: não é uma montanha que precisamos de maximizar nosso esforço para subir, que lutamos para chegar no topo. Ultimamente, quem converte e santifica é o Espírito Santo. Quando o nosso apostolado dá bons frutos, é apenas porque permitimos-nos ser instrumentos do Espírito Santo.
Como, então, posso ser um instrumento efetivo para o Espírito Santo? Ou mais importante ainda, como posso não atrapalhar a sua ação?
- Testemunho: o poder do exemplo. Alguém hoje está aprendendo o que é ser Cristão olhando para mim. Para muitos, principalmente nesse mundo tão hostil a Cristo e à sua Santa Igreja, eu serei o exemplo de Cristão e Católico que eles terão. O que eles verão?
- Oração: o poder da vida interior. Todo apostolado tem que ser fundamentado em uma profunda vida interior, pois são essas raízes firmes que trarão as virtudes necessárias para a gestação de bons frutos. Como cuido da minha vida interior?
- Palavra: o poder da comunicação. Finalmente, terão pessoas interessadas sobre a nossa Fé. E é somente nesse momento, quando há uma via de comunicação aberta que ganhamos a oportunidade de mostrar um pouco além do superficial da nossa Fé. E nesse momento, é importante que saibamos um pouco de teologia, filosofia e apologética para demonstrarmos que nossa Fé não é superstição. Que nossa Fé não é superficial. Que nossa Fé não é irracional. Então, sempre com mansidão, poderemos fazer uma defesa da nossa Fé, que talvez seja a semente que o Espírito Santo usará para semear a vida em mais uma alma. Quando falo da minha Fé, os corações, mentes e ouvidos se abrem ou se fecham?
04/10/2024 - Lucas 4:1-13
“Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus”
O demônio tenta Jesus em sua natureza humana, usando questões universais humanas que são fontes de tentação: desejos materiais, poder, segurança e liberdade. Como Jesus se defende dessas tentações? Dizendo: “Adorarás o Senhor teu Deus, e a ele só servirás”.
Muitas vezes caímos na falácia de que o consumismo, o poder, a riqueza, o sensualismo nos farão feliz. Mas eles não podem. São limitados, e nosso desejo de felicidade é ilimitado. Jesus não vence a tentação jogando no mesmo campo com o Diabo, ele não simplesmente resiste à tentação. Ele vence a tentação tendo algo mais importante em mente: a adoração e serviço a Deus.
Deus nos dá a lei e os mandamentos não para podar a nossa liberdade, mas sim porque ele sabe o que nos fará feliz. A real liberdade é ser livre dos pesos dos pecados. Uma vez liberto dos pesos de algum pecado, nós passamos a ver o quão mais felizes somos de termos jogado as algemas que nos prendiam fora. A felicidade plena só será alcançada no Céu, mas isso não significa que precisamos viver vidas tristes e miseráveis aqui.
Adoramos a Deus pois sabemos que só por Ele e com Ele podemos ser felizes. O caminho da virtude é o caminho que destrói o vício, destrói o pecado, e destrói as amarras pesadas que o pecado coloca em nós. Obrigado Deus por nos mostrar o caminho da virtude e da felicidade. Minha alma se acalma quando repousa em Ti. Portanto Deus, ajude-me a trilhar esse caminho que não posso trilhar sozinho. Sem você, chegarei a lugar nenhum.
Para que o Senhor me ajude a realizar estes propósitos, rezarei a Ladainha da Humildade.
03/10/2024 - Lucas 3:1-38
“E toda árvore que não der fruto bom será cortada e lançada ao fogo”
No batismo, nós nos tornamos filhos de Deus. Nós renunciamos ao demônio e suas obras e ficamos obrigados a professar a Fé e seguir a Lei de Jesus Cristo. Ó Deus, meu Pai e meu Senhor, você sabe que afundado nas minhas imperfeições e falta de virtudes não tenho sido muito fiel às promessas de meu batismo. Talvez o meu maior defeito nesse período de queda foi achar que eu conseguiria melhorar sem você.
Ó Cristo, repeti os meus erros e ainda não aprendi. Ajude-me a guardar isso em meu coração. Tentei fazer as coisas do meu jeito e eu falhei. E adiciono à minha falha o adjetivo de miseravelmente. Faltou-me humildade quando eu caí. Em vez de me jogar aos seus pés e pedir perdão, acreditei que seria melhor vencer as tentações por mim mesmo antes de me aproximar de você novamente. Eu estava errado, não é possível, não foi isso que você e a Mãe Igreja ensinaram, e não é isso que você pede.
É evidente o quanto mesmo eu sendo nada, você está presente nesse tempo de oração, me comunicando bons afetos e inspirações que me puxam para perto de você através do Espírito Santo e sua infinita misericórdia. Tenho vergonha de ter te desobedecido e decepcionado. Então, meu Senhor e meu Deus, ajuda-me a usar essa contrição para me reconciliar com você. Apenas com a sua Graça posso ser um grande Santo, crescer nas virtudes e ser uma árvore que dá bons frutos.
Para que o Senhor me transforme, rezarei a Ladainha da Confiança.
02/10/2024 - Lucas 2:21-52
“Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e soerguimento pra muitos homens em Israel”
- Fez-me lembrar do trecho em Lucas 12:51: “Pensais que vim para trazer paz à terra? Não, eu vos digo, mas, antes, divisão”.
- A mensagem de Cristo é uma mensagem de salvação, mas também é uma palavra dura: “Esta palavra é dura; quem pode escutá-la?‘” (João 6:60)
- A Palavra está sendo causa de queda ou soerguimento em minha vida? O que estou escolhendo?
“E uma espada transpassará a tua alma”
- Será que algum humano, com exceção do Cristo, sofrerá dor maior que Nossa Senhora no calvário? Ver seu filho abandonado, humilhado, torturado, e morto? E mesmo assim sem perder a fé.
“Ela guardava todas essas coisas no seu coração”
Ninguém fará mais profunda experiência de Lectio Divina do que Maria Santíssima. Nela, o Verbo, a Palavra se fez carne em seu ventre. E Lectio Divina não é apenas adquirir informações bíblicas ou conselhos práticos para a nossa vida. O que buscamos com a Lectio Divina é ter um encontro com a pessoa de Jesus, que é a Palavra que fala conosco através das Sagradas Escrituras.
A resposta, aparentemente mal-educada de Jesus no templo “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”, é um convite a Nossa Senhora a ir além do seu papel natural de mãe, e compreender seu papel como Mãe de Deus. E ouvindo então a Palavra de Deus, ela medita sobre ela, guardando essas coisas em seu coração.
O ideal da Lectio Divina é que ela não seja mais só um tempo de oração, mas sim que a partir dela, confrontemos nossa vida com a Palavra, e quando isso acontece, deixamos de ter um tempo de oração na nossa vida para ter uma vida de oração. Guardar no coração significa meditar e fazer memória das ações de Deus em nossa vida.
Através do conhecimento da Palavra, seremos capazes de confrontar nossa vida com a Palavra, e a partir disso, seremos capazes de reconhecer e perceber melhor a atuação da Providência em nossa vida, o que nos fará crescer nas virtudes teologais da fé, caridade e principalmente a da esperança. Quando enfrentarmos uma nova dificuldade, poderemos olhar para trás, ver como Deus nos deu a graça para superar as dificuldades e esperançosamente olhar para nosso presente e futuro.
Vou pedir a Nossa Sehora e Santa Teresinha que ensinem-me a orar melhor, e a meditar as coisas em meu coração. Considero a possibilidade de criar um gratitude journal também.
01/10/2024 - Lucas 2:1-20
“Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”
- Sempre achei tão lindo o “Glória in excelsis Deo”. Faz sentido ter origem angelical. Glória a Deus nas alturas, que é amor e misericórdia e olha para nós, seus filhos, e nos envia Jesus para nos trazer a paz. A talvez maior manifestação do amor Divino por nós.
“Maria conservava todas essas palavras, meditando-as no seu coração“
- Possível indicação da fonte de São Lucas para esses eventos. Nossa Mãe Imaculada também é um grande exemplo de oração. De frente a esses acontecimentos extraordinários, ela não simplesmente vivia por eles ou memorizava-os, ela meditava em seu coração, assim como devemos fazer na Lectio Divina.
Essa passagem evidencia a grande diferença da oração cristã para a oração de outras religiões. Nas outras religiões, é o homem que procura a Deus. No Cristianismo, Deus vem até nós, Ele nos procura. E a vida e a paixão de Jesus Cristo permitem à nós saber que quando respondemos à Palavra, estamos conversando com alguém que sabe o que é ser nós, pois Ele nasceu e cresceu, sorriu e chorou, sofreu e morreu.
Se é a partir do sim de Nossa Senhora que o Salvador vem ao mundo e nos transforma radicalmente, o quão mais frutífera e cheia de propósito nossa vida pode ser se entregarmos ela a Deus? Deus, faça em mim o plano que você tenha para mim, ajude-me a tornar um grande santo como você deseja.
O quão reconfortante é saber que no nosso tempo de oração, podemos conversar de nossos sofrimentos com alguém que sabe o que é sofrer? Deus, eu entrego o meu sofrimento a você. Aceito lidar com a cruz que você me entrega diariamente, dai-me forças e graças para carrega-la com um sorriso no rosto, pois sei que esse é o meu caminho de santificação. Com a sua iluminação, tudo se encaixará em seu lugar.
Recitarei o cântico do Glória 3 vezes hoje, para sempre lembrar do presente que Jesus é.
30/09/2024 - Lucas 1:57-80
“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e resgatou o seu povo”
O grande resgate ao povo de Israel e à todo mundo é o conhecimento da salvação, “pelo perdão dos pecados”. Apenas pelo sacrifício que Cristo fez por nós que podemos obter o perdão dos nossos pecados. Quando vamos à confissão, não é pelos nossos próprios méritos que recebemos a absolvição, e sim pelos méritos de Cristo.
Eu irei à confissão nesta semana. Pois a confissão foi o instrumento dado por Cristo para o perdão dos meus pecados. Com a confissão, deixarei de ser “os que jazem nas trevas e na sombra da morte”, dirigindo meus “passos no caminho da paz”.
Também farei alguma prática que conceda Indulgências para eliminar uma parte da pena temporal dos meus pecados.
26/09/2024 - Lucas 1:39-56
“Bem-aventurada és tu que crestes, pois hão de se cumprir as coisas que da parte do Senhor que te foram ditas”
- Maria é grandiosa não só porque é a Mãe de Deus, mas também porque ela é a primeira discípula. É a primeira que recebeu a Palavra e aceitou-a fielmente. Será que estamos aceitando a Palavra de Deus em nossa vida? O sim de Maria mudou o mundo. O quanto o mundo pode mudar se tivermos uma profunda comunhão com Deus como Maria teve?
“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, pois olhou para sua pobre serva”
- É um cântico profundamente cristão, pois o cristão precisa ter a alegria, o sorriso generoso de quem conhece as Boas Notícias.
- “Pois Vós, ó Deus, sois a minha fortaleza, por que então me haveis repelido? Por que ando eu assim triste, oprimido pelo inimigo?” “E eu vou-me aproximar do altar de Deus, do Deus que é a alegria da minha juventude” (Salmo 42)
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Meu Senhor e Meu Deus, eu agradeço por todas as graças que você me da diariamente. Você é a fonte da nossa alegria, conceda-nos uma paz e alegria assim como a de Maria. Com Você, temos a certeza de que todo sofrimento não será em vão, e que mesmo que tenhamos que passar por dores aqui no mundo, ultimamente podemos depositar a confiança na sua Providência.
Eu passarei mais tempo a sós com o Senhor, para que meu coração se acalme, e permitir que o Espírito Santo aja sobre ele.
26/09/2024 - Lucas 1:26-38
“Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação”
- Quantas vezes não nos encontramos como Maria quando confrontados com a Palavra? O que isso significa? O que eu faço a partir disso? Como minha vida deve mudar?
“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”
- O quão grandioso é esse ato de fé. De frente para um dos momentos mais singulares da história humana, em que talvez ela nem compreende tudo o que está acontecendo, ela confia no Senhor.
Será que eu estou depositando essa confiança no Senhor? Em frente às minhas dificuldades e sofrimentos, que são bem menos enigmáticos do que a incarnação, eu estou confiando no Senhor? Como estou me comportando em meio a incerteza e ambiguidade do que o Senhor quer para a minha vida ou está me comunicando?
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Tenho sentido muitos sentimentos negativos, Senhor. E eu não entendo o que, e se tem algo, que você está me comunicando. Por favor, Senhor, fortaleça a minha fé para que eu possa ser com minha mãe Maria. Ilumine meu coração para lidar com meus aflitos com mansidão e humildade.
Eu rezarei um cântico Magnificat para que Maria ajude-me no meu caminho, e rogue por mim, para que o Espírito Santo ilumine meu coração e esclaresça todas as coisas no seu devido tempo.